Delações citam pagamento ilegal para campanha de Dilma Rousseff em 2010

Ex-executivos da Andrade Gutierrez – a segunda maior construtora do país – relataram que pagaram ilegalmente fornecedores da primeira campanha da presidente Dilma em 2010. Segundo esses relatos, o valor dos pagamentos foi de R$ 6 milhões.

É porque, desta vez, ex-executivos da Andrade Gutierrez disseram que a construtora deu esse dinheiro, R$ 6 milhões, para o caixa dois da campanha de Dilma.

A campanha de Dilma recebeu da Andrade Gutierrez, de forma oficial, R$ 5,1 milhões em 2010. Mas as investigações apontam que dívidas de campanha a uma fornecedora foram quitadas por fora pela construtora, em uma operação ilegal. As revelações foram feitas em um acordo de delação premiada de executivos e ex-executivos da empresa.

A TV Globo confirmou que os ex-executivos Flavio Barra, Antônio Campelo, Flávio Gomes Machado Filho e o presidente afastado da Andrade Gutierrez, Otávio de Azevedo, disseram que: a construtora pagou, ilegalmente, uma dívida de campanha da presidente Dilma Roussef, do PT, em 2010.

A empreiteira simulou contratos com a agência digital Pepper Interativa, que trabalhou na campanha de Dilma. O valor do pagamento por fora chegou a R$ 6 milhões. O dinheiro foi repassado a pedido de Fernado Pimentel, um dos coordenadores da campanha de 2010 e que foi ministro da Indústria e Comércio no primeiro mandato de Dilma.

Os executivos da Andrade Gutierrez prestaram depoimento na Procuradoria-Geral da República, na semana passada. Eles foram ouvidos por procuradores do grupo de trabalho da Lava Jato em Brasília porque as acusações feitas por eles envolvem políticos com foro privilegiado.

Os investigadores da Lava Jato descobriram a ligação desses repasses da Andrade Gutierrez à Pepper Interativa durante buscas feitas em uma outra operação, a ‘Acrônimo’. É uma investigação sobre um possível esquema de lavagem de dinheiro e de desvio de dinheiro público para financiar campanhas eleitorais envolvendo justamente a agencia Pepper e Fernando Pimentel, hoje governador de Minas Gerais.

As informações colhidas pela ‘Acrônimo’ foram confirmadas na delação dos executivos da Andrade Gutierrez como prova dos pagamentos ilegais à campanha de Dilma em 2010.

Pagamentos suspeitos para a campanha presidencial de 2010 já foram citados na delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. O que os investigadores querem saber é se dinheiro desviado da Petrobras foi usado como doação legal de campanha.

A Procuradoria-Geral da República já tinha concluído anteriormente que a presidente não será investigada em denúncias envolvendo a campanha de 2010 porque são fatos que ocorreram antes de Dilma assumir o primeiro mandato em 2011. O Supremo Tribunal Federal então arquivou o caso.

A assessoria de Fernando Pimentel, a Pepper Interativa e os advogados dos executivos ligados à Andrade Gutierrez não quiseram comentar o
assunto.

Já a coordenação da campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010 afirmou que os serviços prestados pela Pepper Interativa foram contabilizados nas prestações de contas aprovadas peloTribunal Superior Eleitoral.

G1

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